sábado, 7 de março de 2009

Hurt...


I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hole
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end

And you could have it all
My empire of dirt

I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of thorns
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair
Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end

And you could have it all
My empire of dirt

I will let you down
I will make you hurt

If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way

domingo, 1 de março de 2009

POST SCRIPTUM


Quem sou eu?
De onde venho?

Sou Antonin Artaud

e basta que eu o diga

Como só eu o sei dizer

e imediatamente

hão de ver meu corpo

atual,

voar em pedaços

e se juntar

sob dez mil aspectos

diversos.

Um novo corpo

no qual nunca mais

poderão

esquecer

Eu, Antonin Artaud,
sou meu filho,

meu pai,

minha mãe,

e eu mesmo.

Eu represento Antonin Artaud!

Estou sempre

morto. Mas um vivo morto,

um morto vivo.

Sou um morto.

Sempre vivo.


A tragédia em cena já não me basta.

Quero transportá-la para minha vida.

Eu represento totalmente a minha vida.

Onde as pessoas procuram criar obrasde arte,

eu pretendo mostrar o meu espírito.

Não concebo uma obra de artedissociada da vida.

Este Artaud, mas, por falta do que fazer…

Eu, o senhor Antonin Artaud,

nascido em Marseille

no dia 4 de setembro de 1896,

eu sou Satã e eu sou Deus,

e pouco me importa a Virgem Maria.

Ética X Moral


"Esta elaboração da própria vida como uma obra de arte pessoal, ainda que obedecendo certos cânones coletivos, estava ao centro, me parece, da experiência moral, da vontade moral na Antigüidade, enquanto que, no cristianismo, com a religião do texto, a idéia de uma vontade de Deus, o princípio de uma obediência, a moral assume muito mais a forma de um código de regras. (...) Da Antigüidade ao cristianismo, passou-se de uma moral que era essencialmente uma busca de uma ética pessoal a uma moral como obediência a um sistema de regras. E se eu sei me interessar pela Antigüidade, é que, por toda uma série de razões a idéia de uma moral como obediência a um código de regras está em processo, presentemente, de desaparecimento; já desapareceu. E à essa ausência de moral, responde, deve responder, uma busca de uma estética da existência."


Foucault - Uma Estética da Existência