quarta-feira, 7 de abril de 2010

Bela flor...



E o que eu faço com essa secura?

Essa gastura tão dura

Tão rara e nem tão madura.


E o que eu faço com esse estar só?

Essa presença tão crua

De um espirito flanante

Chamado solidão


E o que eu faço com essa lágrima que escorre?

Tão invonluntária e relutante

Pelas maçãs do meu rosto


E o que eu faço com essa presença?

De uma ausência pulsante,

Líquida e delirante

Capaz de engulir-me

Num só instante


E o que eu faço com o vazio?

Preencho-o com as memórias

Dos beijos, outrora selados

Ou então com o tesão

Por dias, acumulado.


Na última noite,

De corpos laçados,

Colados e extasiados

Uma dor intensa me consumia

A dor da incerteza dilacerava


Mas que certeza,

posso eu querer sentir

Se é na incerteza

Que reside minha paixão


De ti, eu quero apenas

O sentir, o gozar

De ti, nada além disso

Me cabe esperar


Mas meu amor,

Não se zangue,

Nem se desespere

Porque até a mais bela flor

Um dia esgota-se

E dela nada mais se tem

A não ser a memória.


E eu te queria,

Nem que fosse por todos os dias...


Carolina Canon

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